Espetáculo Avessa
Avessa nasceu do desejo da atriz e cantora Ana Paula Beling em levar o feminino para os palcos, de forma a desvendar a violência sofrida pela mulher no dia a dia, seja esta violência física ou emocional/psicológica. Entendendo o teatro como a arte do encontro, do afeto e da possibilidade de proximidade e de transformação do íntimo, os artistas optaram por um espetáculo intimista, no qual espectadores, de número limitado, ocupam o lugar da cena. Formando um espaço labiríntico por onde a atriz desenvolve a trama, os espectadores são colocados na posição de cúmplices e de sujeitos ativos, distanciando-se do espetáculo tradicional e de obras que se concentram em formato de palco italiano.
Avessa é resultado de um processo totalmente autoral e colaborativo. A equipe dedicou cerca de 15 (quinze) meses na montagem deste espetáculo, entre a escrita do projeto inicial, pesquisa teórica, preparação, ensaios, improvisações, criação de diário de bordo, busca por materiais que pudessem alimentar a criação cênica, etc. A partir dos materiais levantados em sala de ensaio e das escolhas feitas pela atriz e pelo diretor, Rafael Orsi de Melo, o texto do espetáculo foi sendo levantado pelo dramaturgo Gregory Haertel. Já a criação musical veio um pouco depois. Larissa Galvão e Pedro Loch foram os responsáveis pela composição das músicas que integram a sonoplastia ao vivo de Avessa. Foram compostos três instrumentais e duas canções. Uma terceira canção foi generosamente cedida pelos compositores, o nosso dramaturgo e letrista desta canção, Gregory Haertel, e o músico parceiro de Avessa, Edu Colvara. Já as letras das outras duas canções foram realizadas em uma parceria de Gregory Haertel com Tatiana Cobbett.
O espetáculo Avessa estreou em março de 2015, no município de Balneário Camboriú/SC, contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura de Balneário Camboriú, de 2013. Protagonizado pela atriz e cantora Ana Paula Beling, acompanhada da flautista Larissa Galvão e do violonista Pedro Loch, a peça traz um tema polêmico aos palcos: a violência contra a mulher. E, como símbolo desta violência, o estupro sexual. Porém, não se restringe a este tipo de agressão. O espetáculo aborda o estupro como uma das inúmeras formas de se violentar a mulher na sociedade, seja esta violência física ou emocional. E vai além, retratando as conseqüências da violência sofrida na vida de uma mulher.
O espetáculo fez temporada de estreia com seis apresentações, no Teatro Municipal Bruno Nitz, em Balneário Camboriú/SC, com a realização de debates após os espetáculos, como um espaço para a discussão sobre a obra e a temática, assim como para a troca entre artistas e espectadores.
Ficha Técnica:
preparação corporal
FÊ ANJOS
preparação vocal
LUCIANA ASSANTI
apoio coreográfico
GEANNE LABANCA
desenho de luz
DANIEL OLIVETTO
cenografia
ANA CLARA JOLY
figurino
JOANA KRETZER BRANDENBURG
arte gráfica
CAMILA PETERSEN
fotografia
JULIAN CECHINEL
direção de produção
ANA PAULA BELING E ANDRÉA ROSA
organização dramatúrgica
GREGORY HAERTEL
letras
TATIANA COBBETT
GREGORY HAERTEL
músicos/compositores
LARISSA GALVÃO
PEDRO LOCH
atriz/cantora
ANA PAULA BELING
direção geral
RAFAEL ORSI DE MELO